Por Anselmo Bispo

“O sucesso não é uma chance, é uma escolha. Ele é fruto do planejamento, de objetivos bem definidos, da qualificação, da dedicação, da disciplina e do comprometimento”.

Ao contrário do que muitos pensam, ser corretor de imóveis não é uma tarefa de ganhos fáceis.

Pesquisas indicam que pouco menos de 8% desses profissionais conseguem manter uma renda realmente elevada e uma boa parcela é bem remunerada e  consegue viver com dignidade da profissão.

Por outro lado, grande parte dos que vivem da profissão não consegue trocar de carro a cada dois anos – sua principal ferramenta de trabalho – mais de 12% se revelaram insatisfeitas com seus resultados, sendo que uma parcela destes chega a ter prejuízo durante o curto período de tempo que permanece no ramo.

Vários fatores contribuem para este cenário: Um número significativo de profissionais despreparados ou pouco comprometidos; muitos atraídos pela promessa exagerada de ganhos polpudos e fáceis oferecidos por imobiliárias e incorporadoras, para tirar plantões nos stands de vendas de seus empreendimentos, alguns deles se transformando em verdadeiros “vigias” destes empreendimentos, às vezes ficando dias e até semanas sem atender um prospect, sequer.

Numa pesquisa realizada pela A & T Consultoria em parceria com o CRECI-GO, foram revelados dados preocupantes, mas também dados animadores que refletem o momento atual da profissão de corretor de imóveis, como podemos ver a seguir.

Quando se perguntou o índice de satisfação, em termos de resultado, do seu trabalho como corretor, obteve-se a seguinte resposta:

12,31% disseram insatisfeitos; 38,46% disseram parcialmente satisfeitos; 41,45% disseram satisfeitos e 7,69% disseram estar muito satisfeitos com seus resultados. Note-se que 50,77% dos corretores não estão obtendo os resultados desejados, ainda que parte destes estejam parcialmente satisfeitos, contra 49,23% que estão obtendo resultados satisfatórios.

Já quando se perguntou o motivo pelo qual este se tornou corretor de imóveis, apenas 5,13% responderam por falta de outra opção de emprego e 8,72% pela necessidade de ter uma renda extra, ao passo que 41,03% se tornaram corretores de imóveis pela oportunidade de realização financeira e profissional e 45,13% por opção genuína e vocacional.

Aqui a esmagadora maioria de 86,16% optou pela profissão de corretor por vislumbrar uma grande oportunidade de realização financeira e profissional ou por vocação. Isso põe por terra o mito de que quando a pessoa não acha outro emprego ou quer arrumar um “bico” para ganhar um renda extra, vai ser corretor de imóveis.

Um dado preocupante foi revelado quando se perguntou sobre a atual estrutura de atuação do Corretor de Imóveis junto as empresas de lançamentos, do ponto de vista do respeito e da dignidade do corretor, onde: 32,31% consideraram desrespeitosa e indigna e 48,21% parcialmente respeitosa e digna, ao passo que apenas 16,92% consideram a estrutura oferecida respeitosa e digna e 2,56% muito respeitosa e muito digna.

Note-se que 80,52% dos corretores não consideram boas as atuais condições de trabalho oferecidas pelas empresas de lançamentos, contra apenas 19,48% que as consideram ideais. Pode se ver aqui um recado explícito dos corretores às empresas de lançamentos, que salvo as honrosas exceções, precisam melhorar, em muito, suas relações com seus parceiros corretores.

Já quando se amplia o leque de agentes que utilizam os serviços dos corretores para realizarem seus negócios, a aprovação melhora substancialmente.

Quando se perguntou a  avaliação do corretor quanto ao atendimento e tratamento recebido de seus Clientes, Imobiliárias, Construtores e Empreendedores, 11,28% consideraram ruim e 28,20% regular, enquanto que 52,31% consideraram bom e 8,21% muito bom. No geral, 60,5% dos corretores aprovam o atendimento e o tratamento recebidos de seus parceiros, contra 39,5% que não aprovam.

Outro dado animador revelado pela pesquisa foi a aprovação dos corretores quanto à  preocupação com a sua qualificação.

Ao perguntar se o corretor apoiaria uma medida oficial que exigisse curso superior específico na área, para se credenciar como corretor de imóveis, perto de 72% disseram apoiar a iniciativa e 19% disseram que talvez apoiassem, contra apenas 9% que disseram não apoiar.

É a própria categoria reconhecendo a necessidade da melhoria do nível dos seus profissionais.  Isso deixa claro que a categoria está pronta e madura para dar este salto, só resta agora os órgãos e os políticos envolvidos e ou comprometidos com as causas da mesma, protagonizarem a mobilização necessária para que esse anseio tão importante se torne realidade.

A pesquisa revelou ainda que o corretor quer assumir de vez seu papel de responsável pela segurança das transações imobiliárias do país.

Ao se perguntar se este apoiaria um projeto de lei que tornasse obrigatória a assinatura do corretor, em toda lavratura de escritura de imóveis, praticamente 76% disseram apoiar e 14% disseram talvez apoiar, contra cerca de 10% que disseram não apoiar o projeto.

Aqui  também vai um apelo às Instituições e políticos ligados à categoria dos corretores, no sentido de promoverem a mobilização necessária para se avançar mais rapidamente nessa direção.

Em resumo, a classe dos corretores de imóveis disseram ir muito bem obrigada. No entanto ela clama por mudanças em alguns aspectos, como revelou a pesquisa.

Como se notou, a classe esta madura o suficiente para assumir novas responsabilidades, mas demonstrou claramente que essas mudanças precisam ocorrer a quatro mãos com seus parceiros diretos e indiretos.

Fica aqui a sugestão para que tanto patrões quanto  entidades representativas da classe, busquem, cada um no seu espaço de atuação, medidas que venham de encontro aos anseios da categoria. Só assim se pode avançar na consolidação dessa classe, que carrega nos ombros a responsabilidade da segurança das transações que acalenta os mais altos sonhos da população do país.

Extraído do livro: CORRETOR (Avaliação, Captação e Intermediação Imobiliária)
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